sábado, 2 de junho de 2012

Opinião: A Mulher do Viajante no Tempo


Autor: Audrey Niffenegger
Título Original: The Time Traveler’s Wife (2003)
Tradução: Fernanda Pinto Rodrigues
ISBN: 9789722332743
Editora: Editorial Presença (2004) 

Audrey Niffenegger, artista plástica e professora de escrita criativa e técnicas de impressão e de encadernação de luxo, nos Estados Unidos da América, apresenta “A Mulher do Viajante no Tempo”, o seu primeiro romance.

Sinopse:

Esta é a história de um amor que nasce entre Claire e Henry. Porém, está longe de ter os contornos tradicionais do romance. É que Claire conheceu Henry quando tinha seis anos, mas a primeira vez que Henry falou com a amada, ela tinha vinte e oito anos. Estranho? Até poderia ser, não fosse o facto de Henry ser um viajante do tempo. O que pode parecer ser uma habilidade extraordinária revela-se uma verdadeira maldição, afinal, ele não consegue controlar quando viaja e qual o destino que vai alcançar, o que faz com que a sua vida não apresente uma linha cronológica regular e com que o perigo de se deparar com uma situação fatal seja um receio de constante.

Devido a esta estranha condição da qual guarda segredo, Henry acaba por viver relações fugazes e por nunca se sentir um homem plenamente realizado. Contudo, quando uma estranha mulher lhe surge e diz saber quem ele é e quais são as suas capacidades, surge a esperança de uma vida mais estável, algo que nunca tinha acreditado ser possível.

Opinião:

“A Mulher do Viajante no Tempo” apresenta uma trama que rapidamente poderia ser considerada confusa devido aos constantes saltos temporais. Todavia, a autora surpreende pela capacidade de criar um enredo consistente que fornece uma linha de acontecimentos lógica quando o esperado seria que esta fosse confusa e pouco credível. O leitor viaja entre passado, presente e futuro sem considerar que a sequência de eventos está desordenada.

Escrito com mestria e dotado de mistério que agarra a leitura, este livro retrata uma bela história de amor, longe de ser considerada enfadonha ou cliché. Henry e Claire são duas personagens consistentes e reais, detentoras de características fortes. Apesar dos sentimentos que os unem, existe um questionamento relativo ao sucesso da relação, pois nem por um instante eles consideram que tudo é um dado adquirido.

Nota-se ainda a preocupação da autora em expressar as diversas fases de um relacionamento, pois enquanto numa fase inicial tudo parece ser simples e movido quase por impulso, à medida que o tempo passa começam a surgir as dúvidas e as angústias inerentes ao reconhecimento de que nunca poderão ter uma vida estável e segura.

As personagens vivem um romance real, enfrentam alegrias, tristezas e problemas, o que provoca empatia. Contudo, tal como a própria vida, nem todo acontece como é desejado, e isso pode desagradar quem está à espera de encontrar uma história de amor com um tradicional “e viveram felizes para sempre”.

Um livro que surpreende pela positiva e que revela ser uma leitura emocionante, que agarra desde a primeira página.

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