segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Opinião: Hex Hall (Hex Hall #1)

Título original: Hex Hall (2010)
Autor: Rachel Hawkins
Tradução: Maria João Freire de Andrade
ISBN: 9789895577590
Editora: Gailivro (2010)

Sinopse:

Um bilhete só de ida para um colégio interno perdido nos pântanos do Louisiana era talvez a última coisa que Sophie Mercer esperava receber pelos seus dezasseis anos. Mas Sophie não é uma adolescente igual às outras. Sophie é uma feiticeira e, tal como os outros prodigium, feiticeiros, fadas, lobisomens e vampiros, Sophie não podem frequentar uma escola normal. O que Sophie esperava ainda menos era ser companheira de quarto de Jenna, a única vampira da escola, e ver-se enredada numa trama para descobrir quem anda a assassinar os alunos da escola ao mesmo tempo que tem que lidar com os seus novos poderes, a descoberta da importância do seu Pai na hierarquia dos feiticeiros e a sua paixão pelo namorado da sua mais recente inimiga.

Opinião:
Rachel Hawkins abre as portas de Hex Hall, onde conhecemos Sophie Mercer, uma jovem de 16 que guarda um grande segredo: é bruxa. Sophie tenta viver em sociedade, mas os seus feitiços descontrolados acabam sempre por ser descobertos e obriga que fuja com a mãe para uma outra cidade, até ao dia em que gera o pânico num baile de finalistas. Sophie é então obrigada a ir para Hecate Hall (ou Hex Hall), uma escola para “Prodígios” delinquentes. Ao entrar nesta nova escola, conhece bruxas brancas e negras, mutáveis, lobisomens, fadas e até vampiros.

Com um enredo bastante simples, Hex Hall apresenta uma protagonista com presença de espírito, auto-crítica, corajosa e sarcástica. Quanto às restantes personagens, parecem não trazer nada de novo ao género literário, sendo possível enquadrá-las dentro de determinados estereótipos:

  • O grupo das “meninas más” é bastante básico, uma vez que é constituído pelas raparigas bonitas do local que, para além de fúteis, têm influência e poder para destabilizar o local; 
  • O “rapaz interessante” é o habitual “bad boy”, que afinal é sensível, carinhosos e (estupefacção) até engraça com a protagonista; 
  • Existe também a professora cruel que já foi muito poderosa, mas que foi castigada e agora vinga-se nos alunos, que parece bastante medíocre para quem já foi tão temida; 
  • A melhor amiga é das poucas personagens cativantes, tanto pela sua excentricidade, como pela incerteza quanto à verdadeira natureza.

É a personalidade de Sophie que dá vivacidade à história – que faz lembrar uma versão muito abreviada de uns certos livros sobre um certo jovem feiticeiro que tinha uma cicatriz estranha na testa. Ora então vejamos: uma jovem com poderes mágicos que vive afastada dos seus semelhantes; uma instituição dedicada a estes jovens; um melhor amigo que não é visto com bons olhos; um arqui-inimigo que inicialmente queria ser aliado mas cujo sentimento passou a ódio por embirração; um director que admira o protagonista mas tenta manter a imparcialidade; um professor que tem assuntos pendentes com familiares do protagonista; grupos que querem atacar a instituição e principalmente o protagonista por algum motivo passado; o protagonista tem poderes inatos e poderosos a serem explorados. E sim, até existe um guarda de campos!

É verdade que Hex Hall possuí as características que o distinguem, mas o leitor dificilmente conseguirá afastar as referências anteriormente apontadas e as respectivas comparações durante a leitura. Destaque para um certo vilão cuja identidade poderá surpreender (mas que também faz acreditar que, num próximo livro, a autora procederá à explicação dos seus actos e o absolverá…a ver vamos!).


Nota-se que há uma preocupação da autora a criar imagens na cabeça do leitor, mas estas não são propriamente originais.O próprio modo como a acção se desenrola faz lembrar mais uma obra cinematográfica do que uma obra literária, devido ao estilo de escrita limpo e bastante claro. Os diálogos poderão não agradar completamente aos leitores, pois estão mais direccionados para um público adolescente, sendo possível encontrar diversas vezes expressões como “iá” e “tipo”.

Os nomes que a autora deu à instituição são curiosos, uma vez que o nome oficial consiste numa referência à deusa grega da magia (Hecate), enquanto a alcunha afirma que aquela é a casa das bruxas (hex).

Divertido, fresco, mas com pouco a acrescentar ao género, este é um livro que irá cativar um público mais jovem, mas que também poderá ser uma boa escolha para quem procura algo leve e fácil de ler.

4 comentários:

Inês Santos disse...

Ahah adorei os tópicos. é isso mesmo! concordo plenamente.

Cláudia disse...

É bom saber que também reparaste naqueles pontos, Inês :). Beijinho*

Jessinha Cruz disse...

Ja li e gostei, pretendo ler o segundo mal possa e ver como isso se desenvolve...
Boas leituras*
www.fofocas-literarias.blogspot.pt

Cláudia disse...

Beijinho Jessie!*