sexta-feira, 28 de março de 2014

Opinião. A Lâmina (A Primeira Lei #1)

Título original: The Blade Itself (2006)
Autor: Joe Abercrombie
Tradutor: Renato Carreira
ISBN: 9789895578382
Editora: Gailivro (2011)

Sinopse:

A sorte de Logen Novededos, bárbaro infame, esgotou-se finalmente. Apanhado num combate em que não se deveria ter envolvido, está prestes a tornar-se um bárbaro morto, deixando para trás apenas canções más e amigos mortos.
Jezal dan Luthar, modelo de egoísmo, não tem em mente nada mais perigoso do que conquistar a glória no círculo de esgrima. Mas a guerra aproxima-se e, nos campos de batalha do Norte gélido, luta-se com regras muito mais sangrentas.
Ao inquisidor Glokta, torturado convertido em torturador, nada agradaria mais do que ver Jezal regressar a casa num caixão. Mas também é verdade que o seu ódio será extensível a todos os que conhece. Extirpar a traição no coração da União, uma confissão de cada vez, não deixa grande espaço para amizades e o mais recente rasto de cadáveres poderá conduzir directamente ao coração enfermo do governo... se conseguir sobreviver durante tempo suficiente para o seguir...

Opinião: 
Joe Abercrombie é autor britânico que chegou a Portugal pelas mãos da 1001 Mundos. A Lâmina é apresentada ao leitor como o primeiro livro da trilogia A Primeira Lei, uma obra onde se torna difícil fazer a distinção entre bem e mal.

Neste primeiro volume, o autor apresenta-nos um mundo medieval através de três personagens improváveis, mas capazes de cativar ao longo da leitura:

Logen Novededos é um bárbaro mortífero com um longo percurso marcado pela chacina e uma habilidade incomum. Contudo, surge como alguém esgotado e sem motivos para continuar, mas que ganha forças devido a uma nova e estranha companhia.

Jezal dan Luthar é um jovem militar egocêntrico, proveniente de uma família abastada, que usa os outros em benefício próprio, sem pensar nas consequências. Egoísta e irresponsável, vai ver as suas atitudes alterarem quando novas pessoas entrarem na sua vida e a virarem ao contrário.

O inquisidor Glokta é um homem que ficou aleijado na sequência de anos de tortura. Agora, e ironicamente, é um cruel torturador que não tem piedade das suas vítimas. Contudo, consegue ser uma personagem fascinante, cheia de ódio e dona de uma perspicácia ímpar.

Apesar de a narrativa ser centrada nestas três personagens, Joe Abercrombie apresenta outras bastante complexas e cativantes, como é o caso do poderoso e misterioso Bayaz e da irreverente e independente Ardee West.

Uma obra que combina elementos do género fantástico a um enredo sangrento composto por personagens duvidosas que se conhecem ao longo de uma série de acontecimentos e que revelam ser mais do que aquilo que aparentam ao início.

Apesar de a leitura não agarrar nos primeiros capítulos, a verdade é que o ritmo vai aumentando com o passar das páginas, fazendo com que o leitor chegue ao final a desejar por mais. As primeiras páginas parecem apresentar demasiada informação, mas, com o decorrer da narrativa o autor prova que tudo aconteceu por uma razão e, nas últimas páginas, o leitor consegue fazer a ligação entre todos os eventos e percebe que foi levado para uma trama mais intrincada do que parecia.

Os diálogos são o ponto forte do livro. Diretos, mordazes e bem adaptados às personalidades distintas das personagens, criam momentos de grande interesse e brindam o leitor com um humor negro e sarcástico.

Uma obra que apenas peca por revelar a sua grande força nas páginas finais, que fazem desejar pela leitura rápida do segundo volume da trilogia, Forca.

1 comentário:

Anónimo disse...

ADOREI este livro... Lembro-me que na altura fiquei mesmo fascinada por ele *.*

Bjs*