segunda-feira, 12 de maio de 2014

Opinião: A Bibliotecária

Autor: Logan Belle
Título Original: The Librarian (2012)
Tradução: Victor Antunes
ISBN: 9789896574406
Editora: Planeta (2013)

Sinopse: 

Mais de um milhão de livros vendidos, sendo já um best-seller nos Estados Unidos
Austrália, Nova Zelândia e Canadá. A autora inspirou-se na vida da famosa pin-up Bettie Page, que fez capas de revista em todo mundo pela sua vida controversa principalmente da forma como abordava a sexualidade feminina.
A história tem como protagonista uma jovem que trabalhou arduamente para conseguir o seu emprego de sonho: ser bibliotecária da prestigiada Main Branch of the New York Public Library. Um dia em que vagueia pelos corredores da biblioteca descobre um casal a fazer amor o que desencadeia nela uma mistura confusa de repulsa pelo acto e desejo por ele que a começa a consumir. Sem saber o que fazer ou como agir, descobre por acaso o segredo num livro que revela a história de Bettie Page.

Opinião:

A Bibliotecária é um livro de teor erótico que proporciona uma leitura rápida, simples, com alguns momentos agradáveis, mas que faz recordar outras narrativas e que acaba por não ser surpreendente.

Regina é a protagonista desta obra. Jovem que sonha trabalhar na principal e maior biblioteca de Nova Iorque, vê esse sonho realizado. Contudo, Regina logo percebe não será fácil obter o cargo que pretende, para além de que a sua chefe está longe de ser a ideal. Logo se percebe a intenção da autora de criticar a forma como a sociedade desvaloriza a cultura e ainda o facto de existirem profissionais que se agarram ao cargo pelo poder e não pela vocação.

Apesar de achar interessante algumas das mensagens que a autora transmite ao partilhar a história de Regina, a verdade é que estas são demasiado superficiais. Afinal, a trama acaba por girar em torno de um romance tórrido entre Regina e Sebastian, um homem influente, rico e poderoso. Logo aqui fica a noção de que se trata de uma relação já vista: a jovem ingénua de meios humildes com o jovem galã, sedutor, poderoso e dominador. Dito isto, é fácil perceber que se trata de uma relação que não me cativa.

Existem momentos em que se percebe que Regina luta contra quem é para agradar Sebastian. A mudança que ocorre nesta figura é drástica e nem sempre convence. Destaco o relato da primeira experiência sexual de Regina, que pareceu descabida para uma virgem que não tem confiança em si nem uma boa relação com o seu corpo. Fiquei ainda com pena que o envolvimento com Sebastian quase tivesse apagado a importância do emprego na biblioteca para Regina, uma vez que este acabou por servir de base de ciúmes.

O que mais me interessou acabou por ser o leve desvendar de algumas funções que existem dentro da Biblioteca de Nova Iorque, assim como constante presença de Bettie Page como figura de culto e dona de muitos mistérios. Modelo pin-up que ganhou notoriedade na década de 1950, era uma figura que desconhecia e que serviu de inspiração a toda a obra. Contudo, a ligação que é feita entre Bettie Page com a função de bibliotecária e a relação de Regina com Sebastian pareceu-me forçada quando poderia ter funcionado de uma forma mais interessante.

Quero ainda salientar um pormenor desta edição. A ligação da fita vermelha que serve de marcador com a fita vermelha do livro que aparece na capa é uma ideia muito gira. Faz parecer que o livro que estamos a ler é o mesmo que aparece nas mãos da mulher que está na capa.

A Bibliotecária é um livro que pode interessar aos fãs de romances eróticos. Possui um romance pouco surpreende, uma leva abordagem sobre BDSM e ainda algumas curiosidades que podem interessar aos amantes de bibliotecas. No fim acaba por não marcar, funcionando mais como uma leitura que distrai e entretém por breves momentos.

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