quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Opinião. As Crónicas de Bane

Título Original: The Bane Chronicles (2014)
Autor: Cassandra Clare, Sarah Reed Brennan e Maureen Johnson
Tradução: Mário Dias Correia
ISBN: 9789896577148
Editora: Planeta (2015)

Sinopse.

Neste livro de contos, são narradas várias aventuras do feiticeiro Magnus Bane, das séries best-seller de Cassandra Clare. Para Magnus Bane seria impossível contar todas as suas aventuras.Ninguém acreditaria... Onze histórias que revelam alguns dos seus segredos que de certeza não gostaria que fossem divulgados. Entre o misterioso Perú e Resgates na Revolução Francesa, os fãs terão oportunidade de saber pormenores da vida do enigmático feiticeiro.
Passado em diversos países e períodos históricos, Magnus Bane com a sua personalidade sedutora, estilo exuberante e inteligência resolve problemas e interage com Clary, Tessa, Will e Alec, de Caçadores de Sombras e As Origens.
Cassandra Clare, Maureen Johnson e Sarah Rees Brennan juntaram-se para escrever dez contos inesquecíveis.

Opinião:

Sou fã do mundo da série "Os Instrumentos Mortais" e por isso quando soube que a Planeta ia publicar o livro que compilava os contos dedicadas a Bane fiquei muito entusiasmada. Tratam-se de pequenas histórias que a autora da série, Cassandra Clare, fez em conjunto com Sarah Rees Brennan e Maureen Johnson e que tentam explorar um pouco mais o passado desta figura tão marcante da saga principal. Afinal, quem não gosta do misterioso, divertido e poderoso Magnus Bane? Bem, algumas personagens não o apreciam muito, é certo... mas aposto que ele conquistou muitos leitores!

Este livro é composto por dez contos. Alguns deles apresentam situação que foram mencionadas na saga principal, outros fornecem uma explicação sobre algumas relações entre personagens e outros ainda surgem como complemento a circunstâncias que já lemos em algum livro da saga principal.

O primeiro conto é "O que realmente aconteceu no Peru". Trata-se de algo que é levemente mencionado na saga principal, muito como uma piada privada entre certas figuras e que agora é, finalmente, exposto. Gostei das situações caricatas e de ficar a conhecer melhor a ligação de Magnus a outros dois feiticeiros.

Em "A Rainha fugitiva", as autoras ligam a ficção à realidade histórica. O que mais aprecie foi o passeio por Paris de outros tempos, mas confesso que, apesar de divertido, este não é um conto que mais tarde é lembrado, talvez por não conter uma componente mais reveladora.

"Vampiros, scones e Edmund Herondale" expõe acontecimentos que decorreram antes da prequela, "As Origens". Este é um conto muito interessante, que não só nos mostra o início do relacionamento de Magnus com Camille como ainda nos mostra o pai de Will, Edmund Herondale. Ficamos a conhecer de perto o que levou esta figura a abandonar a Clave e sentimo-nos mais próximos de Will, para mim uma das personagens mais interessantes deste mundo. Aqui, ainda vemos de perto o início dos acordos entre Caçadores de Sombras e Habitantes do Mundo-à-Parte e é impossível não ficar indiferente ao preconceito existente.

Já o "Herdeiro da Meia-Noite" acontece alguns anos após a prequela. Will e Tessa surgem, o que é sempre um prazer, mas não gostei tanto de conhecer o que aconteceu a uma certa figura. Percebo que as autoras tentaram mostrar que nós seguimos os nosso passos e não os dos nossos pais, mas custou um bocadinho ver tal desvio. Ao mesmo tempo percebemos como começaram os problemas de Magnus com Camille.

"A Ascensão do Hotel Dumort" já decorre nos anos 1920. Não é um dos contos mais interessantes, mas deixa perceber que Magnus, apesar de nem sempre querer mostrar que toma uma posição, é um feiticeiro de bom coração e que se preocupa com o bem-estar dos outros. Afinal, o seu poder poderia muito bem ser usado para propósitos egoístas e menos altruístas.

Gostei muito de "Salvar Rafael Santiago" pois mostra como surge a personagem que surge no nome do conto. É curioso perceber o que leva Santiago a ser diferente dos outros vampiros e ainda mais assistir aos  primeiros anos dele ao lado de Magnus. Há situações muito divertidas e ficamos a perceber o motivo para o feiticeiro fazer grandes festas quando os seus gatos fazem anos.

As autoras inspirara-se na loucura dos anos 1970 para criarem o conto "A queda do Hotel Durmont". A ideia é interessante, mas não me pareceu bem conseguida. É algo que seria esperado que acontecesse e que não sugere grande imaginação. Porém, não deixa de entreter.

"O que oferecer ao Caçador de Sombras que tem tudo (e que de todos os modos não é o nosso namorado oficial)" acontece durante a saga principal. Trata-se claramente do início da relação de Magnus com Alec e explora as inseguranças e emoções do feiticeiro quanto a este tema. O tom mais romântico contrasta com as situações cómicas criadas por um demónio conselheiro.

Em "A última batalha do Instituto de Nova Iorque" retomamos a 1989 e ficamos a conhecer o momento em que o Círculo passou a ser considerado uma ameaça. Aqui, é curioso ver a indiferença dos Caçadores de Sombras aos avisos daqueles que consideram inferiores e a forma como o poder subiu à cabeça de algumas personagens. É um conto mais sério e intenso.

"O curso de verdadeiro amor (e primeiros socorros)" mostra com um primeiro encontro não precisa ser perfeito para o melhor que se pode ter. Aqui vê-se claramente que a atração entre Magnus e Alec é fundamentada por sentimentos reais e é curioso ver como cada um quer agradar o outro, apesar de todas as situações caricatas que vão surgindo.

Esta compilação termina com "O voicemail de Magnus Bane". Neste texto, podemos ler as mensagens que diversas personagens principais deixaram ao feiticeiro durante uma época em que ele ficou um pouco afastado. O tom de cada uma corresponde à sua personalidade e gostei particularmente da preocupação demonstrada por Isabelle.

Terminada a leitura, fica a sensação de que se ficou a conhecer um pouco mais deste mundo tão cativante e especialmente de Magnus Bane. Há contos que cativam mais do que outros e também penso que o conto final poderia ser um pouco mais positivo, mas no geral é um livro que se lê com gosto. Os fãs da série "Os Instrumentos Mortais" vão gostar de ler estas histórias.

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