quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Opinião: Prodigy (Legend #2)

Título Original: Legend (2013)
Autor: Marie Lu
Tradução: Filipa Aguiar
ISBN: 9789892336251
Editora: Asa (2016)

Sinopse: 

Depois de fugir aos militares da República em Los Angeles, June e Day chegam a Las Vegas no momento em que algo inesperado acontece: o Elector Primo morre, e o seu filho, Anden, assume o comando da nação. Com a República da América à beira do colapso, os dois unem-se ao grupo de rebeldes conhecidos como Patriotas. Dispostos a ajudar Day a encontrar Eden, o seu irmão mais novo, e a levá-los em segurança até às Colónias, os Patriotas têm apenas uma condição: June e Day devem assassinar o novo Elector Primo. É-lhes dada a oportunidade de mudar a nação, de finalmente dar voz ao povo, que viveu demasiado tempo amordaçado. No entanto, quando June descobre que o atual Elector Primo não é o ditador que o pai fora, vê-se atormentada pelas suas escolhas. E se Anden significar um novo começo para todos? E se uma revolução for mais do que simplesmente perda e vingança, fúria e sangue? E se os Patriotas estiverem errados? Nos antigos Estados Unidos, a República apoderou-se do poder. Dois inimigos tornaram-se aliados improváveis e têm o poder de reunificar o país ou começar uma revolução.

Opinião:

Se já tinha gostado de Legend, fiquei ainda mais bem impressionada com Prodigy. No segundo livro desta trilogia, Marie Lu retoma o ponto em que o primeiro terminou e desenvolve este mundo autoritário e distópico. Finalmente ficamos a conhecer o funcionamento do Patriotas, uma fação rebelde, assim como nos surgem possibilidades de mudança. Ao mesmo tempo, vemos os dois protagonistas a passarem por novas aventuras e a evoluírem.

Confesso que o início da leitura não foi fácil. Lembrava-me no primeiro livro, mas havia alguns detalhes que não estavam frescos na memória. Como tal, senti falta de um breve resumo dos acontecimentos passados, já que Marie Lu preferiu não perder tempo com isso e passar logo para a ação. Porém, conforme a leitura vai acontecendo, também comecei a recordar tudo o que era necessário.

June e Day continuam a relatar esta história na primeira pessoa e em capítulos intercalados. Achei curioso que, apesar de ambos se terem unido, não deixam de ser influenciados pelas experiências que tiveram e pelo seu meio de origem. Como tal, são muitas as discussões e desentendimentos que surgem entre ambos. A autora consegue transmitir muito bem estes lados díspares e chegou a fazer-me questionar quem eu realmente apoiava. É que por um lado entendia os argumentos de June, mas por outro percebia o motivo que levava Day a recusar-se a ver as situações da mesma forma. Este choque faz sentido e tinha mesmo de acontecer.

Estas duas personagens cativam, cada uma da sua forma, mas sempre que as suas idades eram mencionadas eu não conseguia deixar de torcer o nariz. Custa-me acreditar que June e Day são adolescentes. Penso que aqui a autora não fez uma boa escolha, pois todas as suas ações e linhas de pensamento fazem-me imaginar jovens-adultos, pessoas com pelo menos mais 10 anos. Também a inclusão de dois triângulos amorosos acabou por ser uma ideia pouco original e que criava momentos pouco necessários.

Tal como aconteceu no primeiro livro, a narrativa é rápida e cheia de ação. Como tal, a leitura é feita num instante. Gostei que a autora tivesse apresentado outros lados desta sociedade e que ainda revelasse algumas surpresas. Fiquei bem impressionada com as revelações finais e ainda mais com o desvendar do outro lado do muro que separa esta ditadura do resto do planeta. Com isto, Marie Lu faz refletir sobre as diferentes formas de controlo populacional, que tanto podem ser feitas através de extremos no que toca ao militarismo ou ao capitalismo.

Com Prodigy, Marie Lu volta a apresentar uma história que prende a atenção ao mesmo tempo que faz pensar sobre o que pode acontecer no futuro no que toca à organização social. Existem falhas registadas já no primeiro volume que persistem neste, mas isso não impede este livro de proporcionar bons momentos. Diverti-me muito com esta leitura e estou muito curiosa em saber o que vai acontecer em Champion, o volume final da trilogia. Afinal, acredito que a autora guarda muitas surpresas.

Outras opiniões a livros de Marie Lu:
Legend (Legend #1)

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