sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Opinião: Rei dos Espinhos (Trilogia dos Espinhos #2)

Título Original: King of Thorns (2012)
Autor: Mark Lawrence
Tradução: Renato Carreira
ISBN: 9789898849502
Editora: TopSeller (2016)

Sinopse:

Será que o anti-herói mais maquiavélico de sempre vai conseguir reunir os recursos e as forças necessárias para enfrentar uma batalha que parece invencível? O Príncipe Jorg Ancrath jurou vingar a morte da mãe e do irmão, brutalmente assassinados quando ele tinha apenas 9 anos. Jorg cresce na ânsia de saciar o seu desejo de vingança e de poder, e, ao fim de quatro anos, cumpre a promessa que fez — mata o assassino, o Conde de Renar, e toma-lhe o trono. Aos 18 anos, Jorg luta agora por manter o seu reino, e prepara-se para enfrentar o inimigo poderoso que avança em direção ao seu castelo. Jorg sempre conquistou os seus objetivos matando, mutilando e destruindo sem hesitar, e agora não pretende vencer a batalha de forma justa, mas sim recorrendo aos mais terríveis segredos.

Opinião:

Depois de ter ficado rendida ao primeiro volume da Trilogia dos Espinhos, Príncipe dos Espinhos (opinião aqui), foi com grande expectativa que iniciei a leitura do segundo livro. Em Rei dos Espinhos, a narrativa apresenta algumas mudanças. Logo no início reparamos que existe um salto temporal de alguns anos, mas, ao mesmo tempo, existe uma outra linha de ação que apresenta acontecimentos anteriores.

Ao existirem das linhas temporais, por vezes senti que estava a acompanhar duas tramas diferentes apesar das personagens serem as mesmas. É que, ao início, parecem ser poucos os pontos que ligam diretamente estes narrativas, sendo que uma acaba por parecer ter uma ação mais rápida e longa e a outra acabar por ficar quase que travada numa batalha que, apesar muito relevante, não desperta tanto interesse imediato. Ao início, parecem existir alguns novos elementos que não fazem grande sentido, mas é curioso verificar que, com o avançar da leitura, tudo vai sendo explicado e que estes acabam por explicar alguns pontos da outra linha de ação.

A leitura provoca interesse, mas não é rápida o fácil. Existem muitos dados novos, alguns que não são logo explicados, que me fizeram ficar com dúvidas sobre alguns aspetos ou a não perceber imediatamente o que estava a acontecer. Isto também surge no que toca aos companheiros de Jorg, uma vez que, num certo ponto, tive dificuldades em diferenciar alguns deles, não só devido ao facto de alguns nomes serem muito semelhantes como também por causa das personalidades que lhes foram concedidas. Porém, mais perto do final, esta sensação quase que desaparece.

Não consigo deixar de ficar impressionada com Jorg, especialmente no que toca ao funcionamento da sua mente no que toca à criação de estratégias. Este protagonista é odioso, sim, mas só se o imaginarmos enquanto alguém real. Ao analisá-lo como personagem, fico impressionada com as várias nuances da sua personalidade e pela forma como ele analisa tudo o que o rodeia e ainda consegue mover os acontecimentos e as pessoas em seu benefício e favor. Existem muitos momentos em que tudo parece perdido e, de repente, Jorg consegue mudar completamente a situação e ainda fazermos acreditar que tal faz sentido e poderia acontecer.

É dado destaque a outras figuras que me chamaram a atenção. Existe um herdeiro que é apresentado como o oposto de Jorg, uma vez que se trata de um homem de honra e de valores nobres. Quando este homem é devidamente apresentado, dei por mim a pensar nos motivos pelos quais não conseguia ficar do seu lado. Talvez isto se deva ao facto de o autor tentar dar-nos a conhecer o lado humano do protagonista, que tem um passado sofredor e ainda consegue apresentar vestígios de compaixão, tal como voltou a ficar demonstrado neste livro. A presença de Katherine também volta a ser relevante para a evolução do protagonista e a mera existência de Sageous é o suficiente para provocar Jorg.

O mundo negro volta a ser uma grande atrativo desta leitura. Não são necessárias descrições longas para a minha mente criar imediatamente cenários lúgubres, tais como castelos frios, escuros e poderosos, apesar do luxo, ou caminhos sem vestígios de vida e com paisagens de ruínas e destruição. Tudo isto sente-se enquanto estamos a acompanhar a história. Desta vez, fiquei impressionada com o cenário de um vulcão, o frenesim e o desespero de uma batalha e a assombração de uma casa.

Percebe-se que Rei dos Espinhos é um livro intermédio, sem início introdutório ou um fim conclusivo. Porém, é um volume relevante não só para o desenvolvimento da trama como para a evolução das personagens. É bom ver que os elementos negros persistem, mas confesso que esperava que a trama me impressionasse mais. Fico agora a aguardar pelo volume final desta trilogia para saber como tudo vai terminar.

Opiniões a outros livros de Mark Lawrence:
Príncipe dos Espinhos (Trilogia dos Espinhos #1)

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