quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Opinião: Viciado no Pecado (#1)

Título Original: Dirty Dix (2015)
Autor: Monica James
Tradução: Victor Antunes
ISBN: 9789896578619
Editora: Planeta (2016)

Sinopse: 

Uma história erótica e de suspense, que é também uma grande história de amor e redenção. Escrito do ponto de vista do Doutor Dixon Mathews, um psiquiatra de Nova York. Convincente e chocante é uma história de amor que irá manter o leitor absorvido até ao fim... Matthew Dixon irá contar-nos a atracção por duas mulheres. Uma acalma os seus instintos predatórios. A outra o instinto protector. Qual das duas escolherá?

Opinião:

Narrado sob o ponto de vista de um homem de conduta duvidosa, Viciado no Pecado é um livro que... vicia! Trata-se de uma história de amor muito diferente de todas as outras, não só pela situação em si, mas sobretudo por ser apresentada de uma forma bastante masculina. Entrar na mente do protagonista é delicioso, mesmo que ele não esteja perto de ser um exemplo a seguir.

Dixon Mathew é uma personagem que desperta sentimentos contrários. Se por um lado detesto a forma como ele trata as mulheres no geral e não aprovo muitas das escolhas que faz, por outro adoro a intensidade das suas emoções, divirto-me com muitos dos seus pensamentos e fico a torcer para que tudo lhe corra bem. A atração que sente por duas mulheres tão diferentes deixa-nos perceber dois lados distintos da sua personalidade. Num lado existe o homem que é regido por impulsos e não quer compromissos, do outro está o Dixon carente de afetos e que deseja entregar o seu coração. Desta forma, temos aqui uma figura que sabe bem descobrir.

As duas mulheres que atraem Dixon são o oposto uma da outra. A minha preferida é Madison, uma jovem cujos demónios do passado interferem com a forma como encara as relações amorosas. Simpatizei com a sua forma de estar, boa disposição e jeito brincalhão. Os primeiros encontros entre Dixon e Madison têm um misto de ternura e carinho com tensão sexual, o que os torna intensos e muito cativantes. Já Juliet, a outra mulher, provocou-me  repulsa. Desde o início que fica patente que se trata de uma manipuladora que obtém o que quer ao oferecer o seu corpo e o prazer, tanto é que acaba por prender Dixon sem ele sequer perceber.

A história tem uma elevada carga erótica, mas esta varia consoante a mulher com quem Dixon está. Com Madison tudo é tenso, reprimido e acaba por tornar-se mais forte e interessante de acompanhar. Com Juliet tudo é explícito e preverso, o que proporciona os momentos mais crus da narrativa. A par disso, existe uma trama que está bem construída, ainda que não tenha uma conclusão definitiva, já que este é o primeiro volume de uma trilogia.

O encadeamento da ação faz sentido, mas a verdade é que é fácil adivinhar em que sentido a história se dirige.No final são feitas grandes revelações que explicam a ligação entre muitos pontos, mas, quando tal acontece, não existe propriamente uma surpresa, pois já tudo foi percebido muito antes. Ainda assim, gostei da forma como a autora entrelaçou tudo e conseguiu dar consistência ao enredo.

Gostei que a trama fosse narrada sobretudo num ponto de vista masculino. É habitual ver o lado feminino destas histórias, mas acompanhar os pensamentos de Dixon foi uma lufada de ar fresco. Gostei da forma como a sua mente funcionava, de forma tão directa. Além disso, gostei dos momentos em que Dixon estava com os seus dois melhores amigos, também eles tão diferentes entre si. Existe a possibilidade de a autora ter caído em alguns estereótipos, mas o resultado final foi positivo.

 Li Viciado no Pecado com rapidez e curiosidade em saber o que Dixon ia fazer a seguir. Diverti-me muito a ler o livro, mas fico triste por não ter ficado a saber concretamente qual o desfecho destas personagens. Desta forma, fica a vontade de continuar a ler a trilogia e continuar a acompanhar as aventuras deste homem e das duas mulheres que o dividem.

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