quinta-feira, 4 de maio de 2017

Opinião: Desejo Concedido (As Guerreiras Maxwell #1)

Título Original: Deseo Concedido (2010)
Autor: Megan Maxwell
Tradução: Ana Maria Pinto da Silva
ISBN: 9789896578916
Editora: Planeta (2017)

Sinopse:

Lady Megan Phillips é uma jovem muito bela e lutadora que tem a seu cargo dois irmãos mais novos.
A vida não tem sido fácil, porque nasceu com uma personalidade de autêntica guerreira, que não se verga diante de ninguém nem de nada.
O highlander Ducan McRae, mais conhecido como o Falcão, é um homem acostumado a chefiar exércitos, comandar batalhas e sair vitorioso.
Mais ao chegar ao castelo de Dunstaffnage para assistir ao casamento do amigo Alex McDougall, encontra-se com o maior desafio da sua vida, alguém com quem não está habituado a lidar: lady Megan Phillips, uma morena que não tem medo de nada.
Assombrado pelo descaramento e impetuosidade da jovem, o Falcão não consegue afastar os seus olhos verdes dela e, após fazer uma promessa ao avô da jovem, vê-se unido a lady Megan num casamento que durará um ano e um dia.
Que reservará o destino aos senhores McRae? Conseguirão entender-se ao acabarão a odiar-se para o resto dos seus dias?

Opinião:

Megan Maxwell está de regresso ao mercado literário nacional com um livro que marca o início de uma série um pouco diferente daquilo que até aqui tem sido apresentado aos seus leitores. Os ingredientes principais que marcam a escrita desta autora permanecem, mas desta vez somos levados numa viagem no tempo até à Escócia do século XIV. Desejo Concedido, o primeiro volume de "As Guerreiras Maxwell", apresenta mulheres fortes que marcam uma posição numa sociedade dominada por homens.

Megan Phillips é a protagonista deste livro. Logo no início da leitura é possível verificar que esta jovem partilha muitas características com protagonistas de outras obras da autora. Independente, corajosa e sempre de resposta pronta, Megan acaba por ser uma figura inesperada no contexto em que é inserida. Penso que a autora quis apresentar uma heroína que deve ser tida como exemplo, mas a verdade é que não fiquei cativada por Megan. Tudo nela me pareceu exagerado, artificial e pouco adequado à época em que está inserida. Aprecio a ideia de luta pela igualdade, mas de uma forma que faça sentido, o que não se verificou aqui.

As restantes personagens acabam por ter o mesmo tipo de construção que a protagonista. Não se pode dizer que tenham personalidades surpreendentes ou profundas, uma vez que se enquadram numa ideia que a autora quer apresentar. Existe um grupo de mulheres que partilha os mesmos traços que Megan e depois há aquelas que acabam por seguir o exemplo da heroína quando a conhecem. Quanto aos homens, existe uma divisão entre bons e maus, sendo que todos acabam por ter uma qualquer atracção pela protagonista. Tudo isto só reforça a ideia de que Megan terá mais qualidades do que seria desejado, pois isto dificulta a empatia.

A trama, à semelhança de outras obras de Megan Maxwell, tem como base uma história de amor. Ducan McRae é a figura masculina que atrai Megan, apesar de entre ambos existir uma relação de amor e ódio. Regra geral gosto deste tipo de relações, mas, neste livro, os saltos de um estado para o outro são demasiado abruptos. É verdade que os dois têm personalidades que chocam, mas fica logo à vista que o maior problema deles é a falta de comunicação. Como tal, existem muitas situações desnecessárias e que são alimentada sem grande fundamento. Existem outras que acabam por ser divertidas por parecerem caricaturas.

O desenrolar dos acontecimentos não é contínuo, mas acontece em arcos. Ao longo da leitura, a protagonista encontra diversos obstáculos, mas estes são vencidos rapidamente logo no momento a seguir. O único grande problema que existe do início ao fim é mesmo a relação entre Megan e Ducan, sendo que seria mais interessante se houvesse outro obstáculo mais perigoso ou dramático para fortalecer a construção narrativa. Além disso, a história tanto poderia acontecer naquela época e lugar como em qualquer outro, uma vez que a cultura das Terras Altas passou um pouco ao lado. Os diálogos também nem sempre convenceram, sendo que muitas vezes pareceram pouco naturais.

Não existem grandes surpresas ao longo da leitura e as reviravoltas são as esperadas. Como tal, o final chegou sem causar grande espanto. Há momentos engraçados que desanuviam, mas, no geral, Desejo Concedido é um livro que não marca particularmente. Notou-se a preocupação da autora de fazer pensar sobre discriminação e a força da amizade, o que foi bem conseguido. À semelhança de outras obras da autora, trata-se de uma história leve, com algumas peripécias, romance e situações caricatas.

Outras opiniões a livros de Megan Maxwell:
Pede-me o Que Quiseres (#1)
Pede-me o Que Quiseres Agora e Sempre (#2)
Pede-me o Que Quiseres e Eu Dar-te-ei (#4)
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