sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Opinião: Uma Duquesa em Fuga (Casa de Trent #1)

Título Original: The Duchess Hunt (2013)
Autor: Jennifer Haymore
Tradução: Sofia Gomes
ISBN: 9789896574574
Editora: Planeta (2014)

Sinopse: 

Simon Hawkins, duque de Trent, está habituado aos escândalos. Os rumores e insinuações caíram sobre a Casa de Trent durante décadas, e Simon teve de limpar o nome de família. Vive por um rigoroso código de honra, mas quando tem de investigar o desaparecimento da mãe, o ilustre duque vai também encontrar a tentação, pois depara-se com a única mulher que amou que também é última mulher que devia desejar. Sarah Osborne passou a vida a sonhar com o toque de Simon. Mas os duques não se interessam por criadas. Sarah acredita que, o beijo roubado despertou uma paixão que pode ser a sua ruína. Mas ao começarem um romance proibido, surgem inimigos dispostos a destruir o duque e tudo o que ele ama. Simon vê-se preso numa teia de chantagem e, enfrenta uma escolha angustiante: sacrificar o futuro da família ou partir o coração de Sara.

Opinião:

Comecei a leitura de Uma Duquesa em Fuga com a expectativa de ler um romance de época leve, romântico e que me proporcionasse momentos descontraídos. E foi mesmo isso que aconteceu.

O início da história consegue agarrar,  uma vez que apresenta logo o primeiro encontro entre o par romântico da obra enquanto estes eram crianças. Apesar de ser entendido que entre os dois houve logo uma ligação infantil, a verdade é que também é perceptível que os sentimentos vão tornar-se mais fortes durante a idade adulta. Para além do mais, surge logo uma personagem feminina que muito me agradou pela irreverência inesperada para alguém de um estatuto social tão elevado. Estou a falar da Duquesa à qual o título faz referência. 

Gostei da forma como as dúvidas de Simon foram encaminhadas. O confronto entre razão e emoção foi bem conseguido, tanto no que toca à relação com Sarah como com a que tem com os seus irmãos. Simon, enquanto duque de Trent, conseguiu transmitir a noção de responsabilidade que sente em relação a toda a sua família. É interessante ver como alguém que é considerado um chefe não faz uso do poder que tem para benefício próprio, mas acaba sim por se colocar em situações que não lhe agradam para ver os que mais ama felizes. Penso que esta figura representou bem o papel de homem moral e bondoso que a autora lhe destinou.

Contudo, já não apreciei tanto a devoção quase inconsciente de Sarah. Afinal, remetendo para a época em questão, fico com a sensação que a construção desta figura foi um pouco incoerente. É sempre apresentada como responsável, inteligente e atenta ao que o rodeia, mas acaba por se envolver em situação que podem ser um risco para o seu futuro sem pensar duas vezes. Por muito amor que se sinta por outra pessoa, não sei até que ponto faltou ali um pouco de amor-próprio. O que acabei por mais apreciar nela foi a forma como se relacionava com Esme, uma menina tímida que, na minha opinião, deveria ter direito a um livro dedicado à sua história.

Fiquei com pena de a trama não me ter proporcionado maiores surpresas. Desde o início percebi o rumo que a autora queria tomar, mas ansiava por estar enganada. Não estava. A história segue uma linha tradicional, esperada e sem espaço para grandes revelações. A resolução final chega a ser um verdadeiro cliché, uma vez que fiquei com a sensação que já a vi acontecer em muitas, muitas outras histórias. Confesso que quando comecei a leitura não sabia de que este se tratava do primeiro livro de uma série, por isso foi com alguma frustração que percebi que a autora não iria resolver alguns assuntos importantes.

O estilo de escrita de Jennifer Haymore é simples de acompanhar e, apesar de a história nem sempre agradar, acaba por conseguir oferecer uma leitura rápida. As características da sociedade foram bem transmitidas, apesar de não serem feitos de uma forma directa. Os encadeamentos são os esperados e, mesmo os protagonistas dos próximos volumes desta saga são facilmente adivinhados no final da leitura. 

Uma Duquesa em Fuga acabou por ser um livro que pouco me surpreendeu mas que também não defraudou as minhas expectativas. Obtive dele o que estava à espera e confesso que, apesar dos erros que apontei, fiquei com vontade de continuar a acompanhar a série, afinal a persistência de alguns mistérios está a intrigar-me. Uma leitura que vai agradar a quem aprecia romances leves e muito românticos.

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